IMPÉRIO OTOMANO - PRINCIPAIS RELIGIÕES - Império Otomano
950
wp-singular,post-template-default,single,single-post,postid-950,single-format-standard,wp-theme-bridge,bridge-core-2.0.4,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,qode_grid_1300,qode-content-sidebar-responsive,qode-theme-ver-19.2,qode-theme-bridge,disabled_footer_top,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-6.0.5,vc_responsive

IMPÉRIO OTOMANO – PRINCIPAIS RELIGIÕES

Pela sua extensão territorial, o IMPERIO OTOMANO lidou, ao longo dos séculos, com varias religiões e correntes religiosas.

Por ordem alfabética:

ALAUITAS
A doutrina alauíta, uma variante heterodoxa e esotérica do islamismo xiita, foi elaborada no Iraque no século IX por Mohammad bem Nusseir, discípulo do 10º imã Ali Hadi. Assim como os xiitas, que veneram Ali, primo e genro do profeta Maomé, os alauítas o idolatram. Seus seguidores acreditam na reencarnação, em geral carecem de mesquitas, ignoram o jejum e a peregrinação a Meca, toleram o álcool e suas mulheres não utilizam véu. Celebram as festas muçulmanas e também as cristãs. Consideram o Natal, simbolicamente como o nascimento de Jesus, filho de Maria, comemorado no dia 6 de Janeiro de cada ano, tido como dia dos Reis Magos, ocidental.

Os alauítas são tidos por heréticos e mesmo como não-muçulmanos por diversas correntes sunitas. Por conta disso, As doutrinas religiosas dos alauitas permaneceram durante muito tempo desconhecidas, até que no século XIX alguns ocidentais conseguiram conhecer alguns dos textos da religião, até então guardados propositadamente em segredo.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial e o desaparecimento do Império Otomano, que tinha governado a Síria, a França assumiu um mandato sobre o Líbano e a Síria. A política francesa na Síria procurou em larga medida fomentar um espírito independentista entre os alauítas, como forma de criar obstáculos ao movimento árabe sunita pela independência. Os Franceses viriam mesmo a conceder autonomia aos alauítas através da criação de uma região autônoma que existiu entre 1920 e 1936.

 

DRUSOS
A minoria drusa é uma minoria dissidente do islamismo e compõe uma comunidade fechada que mantém os segredos de sua fé para evitar as perseguições. Uma das características é a fidelidade que ela tem com o Governo dos países em que vive. Drusos habitam principalmente o Líbano, Síria, Israel e Jordânia, sendo o idioma, o árabe.

A história dos drusos começou no Cairo (Egito) em 1017, com um grupo de religiosos que se propôs a criar uma ideologia com elementos do Islã, do judaísmo e do cristianismo. Foi um movimento milenar, uma religião monoteísta que absorveu várias influências como a filosofia grega de Sócrates e Platão. Houve também a inclusão de idéias do Oriente como o budismo e o hinduísmo. Embora se considerem muçulmanos, são muitas vezes vistos como membros de uma religião completamente diferente. São místicos, têm uma série de segredos e não seguem os cinco pilares do islamismo. Consideram o Alcorão sagrado, mas têm seus próprios livros religiosos.

Costumam casar entre si, apesar de especialmente nas grandes cidades, haver uma mistura maior.
Os drusos crêem que o espírito de uma pessoa pode nascer em outro lugar e, aos 15 anos, os drusos tem que se decidir se vão seguir ou não essa vocação. A maioria, ou seja, 80% dos drusos, é laica. O sistema druso de relação entre laicos e religiosos facilita a convivência com a comunidade, não havendo pressão religiosa.
Ao todo, os drusos somam cerca de 1,5 milhão atualmente. Há drusos na Síria, no Líbano, Israel e Jordânia. Em Israel, são 120 mil. Há também imigrantes drusos no Brasil, EUA e Austrália.

JUDEUS

O judaísmo é uma das religiões monoteístas mais antigas do mundo, com uma história e um conjunto de crenças que influenciaram outras religiões, como o cristianismo e o islamismo. Os judeus acreditam em um único Deus, que é o criador do universo e mantém um relacionamento especial com o povo judeu. 

O Torá, o texto sagrado mais importante do judaísmo,  é composta pelos cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica e contém as leis e ensinamentos fundamentais. 

Os judeus se reúnem em sinagogas para a prática de rituais e leituras da Torá, sob a orientação de um rabino. 


MARONITAS
Os maronitas compõem grande parte dos cristãos libaneses, sendo que a Igreja Maronita possui ritual próprio, diferente do rito latino conhecido pelos católicos ocidentais. Reconhecem a autoridade do Papa, o líder Igreja Católica Apostólica Romana. O rito maronita celebra a missa em língua aramaica, a que Jesus Cristo falava.

Historicamente, os maronitas são habitantes do campo. Suas raízes remontam ao século IV, sendo que no século VII, devido a perseguições religiosas, eles se dirigiram das regiões costeiras para as áreas montanhosas do Líbano e da Síria, onde eles viveram em certo isolamento. Hoje em dia, eles estão espalhados por todo o Líbano, com uma grande concentração no Monte Líbano.

Os Maronitas devem seu nome a São Maron, eremita que viveu na segunda metade do século IV e nos princípios do século V, sobre uma montanha situada na região da Apaméia (norte da Síria). De origem antioquena (da antiga Antioquia), dedicava-se à oração e à penitência. Foi considerado um dos fundadores da vida monástica no Oriente. Numerosos foram os discípulos que, seguindo o exemplo deste eremita e querendo imitá-lo, transformaram as cavernas, as grutas e os morros em ermidas. Esperavam sua visita para escutarem seus sermões e receber dele as orientações necessárias para a vida ascética e mística. Sua morte ocorreu no ano 410, depois de uma breve doença. Os cristãos, incluindo maronitas, ortodoxos, armênios e gregos católicos, perfazem hoje cerca de 35% da população libanesa. Deste percentual, estima-se que os cristãos maronitas componham metade deste número. A festa litúrgica de São Maron celebra-se no dia 9 de fevereiro.

ORTODOXOS
A Igreja Ortodoxa tem uma longa história de cerca de dois mil anos, contando-se a partir da Igreja Primitiva, e aproximadamente mil anos, contando-se a partir do Cisma do Oriente ou Grande Cisma, ocorrido em 1054.
Desde então, os ortodoxos não reconhecem a primazia papal e não aceitam muitos dos dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs.

No seu conjunto, a Igreja Ortodoxa é a terceira maior confissão cristã (atrás do catolicismo romano e do protestantismo), e também a segunda maior instituição cristã do mundo (atrás da Igreja Católica Romana), contando ao todo com aproximadamente 250 milhões de fiéis, concentrados sobretudo nos países da Europa Oriental.
Até ao século XI, os cristãos da Igreja Ortodoxa e da Igreja Católica Romana têm uma história comum, que começa com a instituição do cristianismo por Jesus de Nazaré e sua difusão por seus discípulos, que, como o relatado no livro bíblico dos Atos dos Apóstolos, espalharam-se a partir da cidade de Jerusalém, fundando a primeira comunidade denominada cristã em Antioquia e depois se espalhando, ainda pelos mesmos, pela Europa Ocidental, Oriente Médio, Ásia e Norte da África.

SUNITAS
Nome dado aos islamitas que seguem o “Suna”, ou “Caminho Percorrido” (nome dado às palavras e atos de Maomé e seus primeiros seguidores) e também por afirmarem seguir os caminhos da coletividade de muçulmanos.
As correntes islâmicas surgiram após a morte de Maomé, no ano de 632, em Medina, na Arábia Saudita, em consequência da disputa entre seus seguidores pela liderança da comunidade. Pelo direito à sucessão do Profeta, surgiram duas correntes majoritárias, os “sunitas” e os “xiitas”.

Os sunitas acreditam que Maomé não deixou herdeiros legítimos e que seu sucessor deveria ser eleito com uma votação entre as pessoas da comunidade islâmica. A maioria dos muçulmanos no mundo é sunita.

O Alcorão é o livro sagrado do islamismo, considerado a palavra final de Deus, revelada ao profeta Maomé ao longo de 23 anos. Seu nome deriva de Al-Qur’an (a recitação), refletindo sua natureza como uma obra destinada a ser lida em voz alta.

O Alcorão está organizado em 114 capítulos, denominados suras, divididas em livros, seções, partes e versículos. Considera-se que 92 capítulos foram revelados ao profeta Maomé em Meca, e 22 em Medina.

Cabe lembrar que na TURQUIA, os sunitas constituem a religião predominante,  representando cerca de 90% da sua população.

 

XIITAS
Tem seu nome derivado da palavra árabe shi’at, que significa grupo ou facção de Ali, que foi, ao mesmo tempo, primo e genro de Maomé. Os xiitas se recusaram a aceitar a autoridade dos 3 primeiros califas que sucederam a Maomé, recusa essa que precipitou a guerra civil na primeira comunidade islâmica. Os sunitas, por sua vez, reconheceram e reverenciaram os primeiros califas e não atribuíram nenhuma condição especial a Ali e seus descendentes. Atualmente, os sunitas representam 90% dos muçulmanos no mundo todo, contra 10% das várias seitas xiitas.