A EMIGRAÇÃO LIBANESA NO PERÍODO OTOMANO - Império Otomano
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A EMIGRAÇÃO LIBANESA NO PERÍODO OTOMANO

A vinda maciça de emigrantes árabes do Oriente Médio para as Américas, aí incluso o Brasil, significativo receptor de migrantes, iniciou-se a partir de 1880.

Este processo ocorreu principalmente na área geográfica conhecida como BiladAL-Cham (territórios de Damasco) ou Suryia (Síria). O nome Síria era usado desde a idade média para designar o território que hoje corresponde ao Sudoeste da Turquia, Síria, Líbano, Israel, Palestina e Jordânia. Algumas subdivisões regionais tinham uma identidade geográfica, historia e cultural própria, como a Palestina (Filistin) e o Monte Líbano (Jab AL Lubnan), embora também fossem vistas como parte integrante da Síria.

A emigração em massa verificada no Oriente Médio teve como principais causas, a interferência das potências européias no império otomano e as respectivas tensões sociais e violentos conflitos sectários e religiosos por ela desencadeados, o impacto econômico da crise da indústria da seda ao final do século XIX (a seda constituía 62% das exportações do Monte Líbano), a proteção européia às comunidades religiosas não muçulmanas sunitas, as vantagens fiscais e jurídicas que a proteção européia fornecia a determinadas comunidades e comerciantes cristãos, o que provocou grande ressentimento entre a população muçulmana, a dificuldade cada vez maior de incorporação dos árabes à administração otomana, a promulgação da lei que instituía a obrigatoriedade do serviço militar para as minorias (cristãos e judeus) e, por fim, a crise social e política provocada pela Primeira Guerra Mundial.

Diante de todos esses fatores e principalmente pela redução da renda proveniente da seda e da fragmentação da propriedade fundiária devido ao crescente número de herdeiros, os camponeses do Monte Líbano foram obrigados a buscar recursos financeiros para evitar o já visível declínio sócio econômico. No inicio, muitos migraram para as grandes cidades, como Damasco, Beirute e Alepo. Outros para o Egito. Porém, nenhum desses destinos oferecia a perspectiva de inserção econômica suficientemente dinâmica e atraente para sustentar a esperança de enriquecimento rápido que os emigrantes buscavam.

A América apareceu então como o destino principal desse fluxo migratório.

As apresentações oficiais dos países americanos como terras de oportunidades ilimitadas e de múltiplos recursos a serem explorados, ajudaram a criar o mito das “terras da promissão”. Na exposição do Centenário, em 1876 na Filadélfia (EUA), foi construído um pavilhão otomano e sabe-se que lá havia libaneses entre os visitantes, que se maravilharam com as novidades mostradas no pavilhão norte americano.

Outra contribuição importante foi dada por D. Pedro II, em sua viagem à Síria e ao Líbano em meados do século XIX, quando o monarca brasileiro apresentou a imagem de um país moderno e aberto aos imigrantes. Além disso, D. Pedro II fez doações a instituições educacionais libanesas e firmou, em 1858, junto ao Império Otomano, um “Acordo de Amizade, Comércio e Navegação”. Em 1887, foi aberto um consulado otomano no Rio de Janeiro.
Abriram-se assim as portas da América para os imigrantes sírios libaneses.



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