IMPÉRIO OTOMANO - PRINCIPAIS RELIGIÕES - Império Otomano
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IMPÉRIO OTOMANO – PRINCIPAIS RELIGIÕES

ALAUITAS
A doutrina alauíta, uma variante heterodoxa e esotérica do islamismo xiita, foi elaborada no Iraque no século IX por Mohammad bem Nusseir, discípulo do 10º imã Ali Hadi. Assim como os xiitas, que veneram Ali, primo e genro do profeta Maomé, os alauítas o idolatram. Para eles, Maomé não é mais que um véu que esconde “a essência” encarnada por Ali.

Seus seguidores acreditam na reencarnação, em geral carecem de mesquitas, ignoram o jejum e a peregrinação a Meca, toleram o álcool e suas mulheres não utilizam véu. Celebram as festas muçulmanas e também as cristãs. Consideram o Natal, simbolicamente como o nascimento de Jesus, filho de Maria, comemorado no dia 6 de Janeiro de cada ano, tido como dia dos Reis Magos, ocidental.

Os alauítas são tidos por heréticos e mesmo como não-muçulmanos por diversas correntes sunitas. Por conta disso, As doutrinas religiosas dos alauitas permaneceram durante muito tempo desconhecidas, até que no século XIX alguns ocidentais conseguiram conhecer alguns dos textos da religião, até então guardados propositadamente em segredo.

Como seguem o calendário islâmico da Hégira, também seguem o calendário Juliano, com 13 dias a menos do que o Gregoriano. Desta maneira, os alauitas foram alvo de perseguições ao longo da história ordenadas pela dinastia aiúbida (Saladino), pelos Cruzados, pelos Mamelucos e pelos Otomanos. Essa perseguição concretizou-se na imposição de taxas pesadas sobre os membros da comunidade e nas conversões forçadas ao islão sunita. Devido a esta perseguição os alauitas adotaram a prática xiita da taqiyya, que consiste em dissimular as crenças religiosas como forma de garantir a sobrevivência e evitar a perseguição.

Na época do Império Otomano, a maioria dos alauitas era de camponeses subordinados a senhores sunitas .Os únicos alauitas tolerados nas cidades eram os empregados domésticos.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial e o desaparecimento do Império Otomano, que tinha governado a Síria, a França assumiu um mandato sobre o Líbano e a Síria. A política francesa na Síria procurou em larga medida fomentar um espírito independentista entre os alauitas, como forma de criar obstáculos ao movimento árabe sunita pela independência. Os Franceses viriam mesmo a conceder autonomia aos alauitas através da criação de uma região autônoma que existiu entre 1920 e 1936.

Nos anos 70 um alauita, Hafez al-Assad, tornou-se presidente da Síria. O partido ao qual pertencia, o Baath, atraiu muitos alauitas como militantes devido aos seus ideais igualitaristas. A partir desse momento verificou-se uma certa ascensão social de alguns alauitas, um papel de relevância nas forças armadas e a ocupação de postos importantes no estado que, segundo algumas opiniões, teriam sido favorecidos pelo presidente.

DRUSOS
A minoria drusa é dissidente do islamismo e compõe uma comunidade fechada que mantém os segredos de sua fé para evitar as perseguições. Uma das características marcantes dessa minoria é a fidelidade que ela tem com o Governo dos países em que vive. Atualmente, os drusos habitam principalmente o Líbano, Síria, Israel e Jordânia e o idioma por eles falado é o árabe.

A história dos drusos começou no Cairo (Egito) em 1017, com um grupo de religiosos que se propôs a criar uma ideologia com elementos do Islã, do judaísmo e do cristianismo. Foi um movimento milenar, uma religião monoteísta que absorveu várias influências como a filosofia grega de Sócrates e Platão. Houve também a inclusão de idéias do Oriente como o budismo e o hinduísmo. Embora se considerem muçulmanos, são muitas vezes vistos como membros de uma religião completamente diferente. São místicos, têm uma série de segredos e não seguem os cinco pilares do islamismo. Eles se autodenominam mowahid. Consideram o Alcorão sagrado, mas têm seus próprios livros religiosos.

Costumam casar entre si, apesar de especialmente nas grandes cidades, haver uma mistura maior.
Os drusos crêem que o espírito de uma pessoa pode nascer em outro lugar e, aos 15 anos, os drusos tem que se decidir se vão seguir ou não essa vocação. A grande maioria, ou seja, 80% dos drusos, é laica. O sistema druso de relação entre laicos e religiosos facilita a convivência com a comunidade, não havendo pressão religiosa.
Ao todo, os drusos somam cerca de 1,5 milhão atualmente. Há drusos na Síria, no Líbano, Israel e Jordânia. Em Israel, são 120 mil. Há também imigrantes drusos no Brasil, EUA e Austrália.

MARONITAS
Tradicional vertente do Catolicismo, os maronitas compõem grande parte dos cristãos libaneses, sendo que a Igreja Maronita possui ritual próprio, diferente do rito latino conhecido pelos católicos ocidentais. Segundo a definição eclesiástica “a Igreja Maronita é uma igreja cristã, de rito oriental, em plena comunhão com a Sé Apostólica, ou seja, reconhece a autoridade do Papa, o líder Igreja Católica Apostólica Romana”. O rito maronita prevê a celebração da missa em língua aramaica, a língua que Jesus Cristo falava.

A Igreja Maronita é a única entre todas as Igrejas orientais que permaneceu em plena comunhão com Roma durante todos os séculos. Além disso, essa Igreja constitui um fato único dentro da Igreja, já que é a única no mundo que nunca teve uma facção separada do Catolicismo.
Historicamente, os maronitas são habitantes do campo. Suas raízes remontam ao século IV, sendo que no século VII, devido a perseguições religiosas, eles se dirigiram das regiões costeiras para as áreas montanhosas do Líbano e da Síria, onde eles viveram em certo isolamento. Hoje em dia, eles estão espalhados por todo o Líbano, com uma grande concentração no Monte Líbano.

Os Maronitas devem seu nome a São Maron, eremita que viveu na segunda metade do século IV e nos princípios do século V, sobre uma montanha situada na região da Apaméia (norte da Síria). De origem antioquena( da antiga Antioquia), dedicava-se à oração e à penitência. Vivia dia e noite ao ar livre. Pela austeridade de sua vida e pelo dom dos milagres do qual foi favorecido, fizeram dele uma das grandes celebridades da região naquela época, com grande influência espiritual sobre seus discípulos e sobre o povo na região.

Por suas orações e pregações, ele convertera muitas pessoas de toda a região norte de Síria ao Cristianismo, tornando-se um exemplo a ser seguido. Foi considerado um dos fundadores da vida monástica no Oriente. Numerosos foram os discípulos, homens e mulheres que, seguindo o exemplo deste eremita e querendo imitá-lo, transformaram as cavernas, as grutas e os morros em ermidas. Todos esperavam a visita do Santo para escutarem seus sermões e receber dele as orientações necessárias para a vida ascética e mística. Sua morte ocorreu no ano 410, depois de uma breve doença.

Os cristãos, incluindo maronitas, ortodoxos, armênios e gregos católicos, perfazem hoje cerca de 35% da população libanesa. Deste percentual, estima-se que os cristãos maronitas componham metade deste número. A festa litúrgica de São Maron celebra-se no dia 9 de fevereiro.

ORTODOXOS
A Igreja Ortodoxa tem uma longa história de cerca de dois mil anos, contando-se a partir da Igreja Primitiva, e aproximadamente mil anos, contando-se a partir do Cisma do Oriente ou Grande Cisma, ocorrido em 1054.
Desde então, os ortodoxos não reconhecem a primazia papal e não aceitam muitos dos dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs.

No seu conjunto, a Igreja Ortodoxa é a terceira maior confissão cristã (atrás do catolicismo romano e do protestantismo), e também a segunda maior instituição cristã do mundo (atrás da Igreja Católica Romana), contando ao todo com aproximadamente 250 milhões de fiéis, concentrados sobretudo nos países da Europa Oriental
Até ao século XI, os cristãos da Igreja Ortodoxa e da Igreja Católica Romana têm uma história comum, que começa com a instituição do cristianismo por Jesus de Nazaré e sua difusão por seus discípulos, que, como o relatado no livro bíblico dos Atos dos Apóstolos, espalharam-se a partir da cidade de Jerusalém, fundando a primeira comunidade denominada cristã em Antioquia e depois se espalhando, ainda pelos mesmos, pela Europa Ocidental, Oriente Médio, Ásia e Norte da África.

SUNITAS
Nome dado aos islamitas que seguem o “Suna”, ou “Caminho Percorrido” (nome dado às palavras e atos de Maomé e seus primeiros seguidores) e também por afirmarem seguir os caminhos da coletividade de muçulmanos.
As seitas islâmicas surgiram após a morte de Maomé, no ano de 632, em Medina, na Arábia Saudita, em conseqüência da disputa entre seus seguidores pela liderança da comunidade, que mergulhou numa guerra civil. Pelo direito à sucessão do Profeta, surgiram duas seitas majoritárias, os “sunitas” e os “xiitas”.
Os sunitas acreditam que Maomé não deixou herdeiros legítimos e que seu sucessor deveria ser eleito com uma votação entre as pessoas da comunidade islâmica. A maioria dos muçulmanos é sunita, que forma o lado mais radical do islã.

XIITAS
Tem seu nome derivado da palavra árabe shi’at, que significa grupo ou facção de Ali, que foi, ao mesmo tempo, primo e genro de Maomé. Os xiitas se recusaram a aceitar a autoridade dos 3 primeiros califas que sucederam a Maomé, recusa essa que precipitou a guerra civil na primeira comunidade islâmica. Os sunitas, por sua vez, reconheceram e reverenciaram os primeiros califas e não atribuíram nenhuma condição especial a Ali e seus descendentes. Atualmente, os sunitas representam 90% dos muçulmanos no mundo todo, contra 10% das várias seitas xiitas.



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