OS EUNUCOS OTOMANOS - Império Otomano
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OS EUNUCOS OTOMANOS

Senhor das Moças (eunuco otomano)

No magnífico palácio de TOPKAPI, eles eram parte importante, senão fundamental da corte otomana. Eles eram escravos capturados em batalha, ou comprados de mercadores que os traziam da Europa ou do Sudão. Eles eram eunucos, homens emasculados, que tiveram seus órgãos genitais removidos por seus vendedores, para que custassem mais caro.

Ao chegar a Istambul, eles tinham destino certo. A escola formadora de eunucos serviçais era onde aprendiam suas funções para que servissem aos mais poderosos lideres da terra: os sultões otomanos. Lá, eles eram divididos pela cor de sua pele. Se fossem brancos de origem européia, eram destinados aos serviços administrativos do palácio, e se fossem negros africanos, eram destinados a administrarem o harém do sultão (uma função de grande prestígio).

A castração tinha sido utilizada na China por séculos e em outros lugares, incluindo terras cristãs como as do Império Bizantino (que precederam os otomanos) para fornecer servidores de confiança a poderosas dinastias.

Pensava-se que os eunucos eram mais confiáveis do que os não-eunucos, uma vez que quase sempre não tinha família e, certamente, não teriam herdeiros a quem eles pudessem favorecer. Ninguém sabe quando os turcos otomanos começaram a usar eunucos, embora se possa supor que foi depois que eles entraram na região dos Balcãs, no século 15. Estes primeiros eunucos provavelmente tinham origem cristã, eram os ”eunucos brancos”, e sua castração teria sido feito por outros cristãos porque é proibido para os muçulmanos para fazê-lo.

Primeiro o eunuco tinha que aprender a falar turco. Eles acabaram por desenvolver uma forma peculiar de falar o idioma que os eunucos do palácio tinham desenvolvido ao longo dos séculos, porque castração afetava suas cordas vocais (e o turco exige um bom uso da voz para falar).

Eles tinham também que aprender o Alcorão, o direito islâmico, ética e etiqueta. Normalmente, isso não era aprendido dentro do próprio palácio, mas na casa de algum funcionário de destaque. Mais tarde, os eunucos que apresentassem a maior promessa de talento, seriam enviados para o serviço harém do palácio, onde, se chegasse ao posto mais alto, tomaria o posto de Kizlar Agasi, ou “Senhor das Moças”, nome que era dado devido ao fato de serem os guardiões das mulheres do harém.

Os eunucos tinham grandes privilégios junto ao sultão. Possuíam apartamentos próprios no palácio, e tinham grandes poderes estatais em suas mãos. Controlando por vezes o comando de exércitos poderosos, ou em funções administrativas no alto escalão otomano, eles eram um dos únicos que podiam falar em particular com próprio sultão. Uma característica marcante das sociedades islâmicas com relação aos escravos, é que estes possuíam uma enorme mobilidade social. Passar de meros serviçais de casas e palácios ou soldados para paxás e grão-vizires, era só uma questão de tempo.

Os eunucos negros eram os favoritos dos sultões e da corte. Eram dentre os eunucos, os mais poderosos e ricos. Os eunucos brancos foram perdendo prestigio e poder, tendo seu número na corte caído drasticamente ao longo dos séculos, por terem sido associados a eles diversos crimes.

Os eunucos não sofriam punições capitais, ou execuções. O único caso conhecido de execução de um eunuco foi o de Beshir Aga. Quando cometiam algum delito eram exilados para o Egito ou Chipre.
A função de eunuco foi gradativamente sendo apagada com o declínio dos otomanos, e foi totalmente extinta com o fim do império.

Fonte: https://iqaraislam.com



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