Os Oguzes e a História do Povo Turco - Império Otomano
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Os Oguzes e a História do Povo Turco

Quando da migração dos turcos, durante os séculos XI e XII, os oguzes estavam entre os turcos da região do Mar Cáspio que migraram em direção ao sul e oeste da Ásia ocidental e da Europa Oriental e não para o leste, em direção à Sibéria.

Os oguzes são considerados como os ancestrais dos turcos ocidentais modernos: azeris, turcos da Turquia, turcomenos, turcos qashqais do Irã, turcos do Khorassan e gagaúzes (Gök Oğuz : oguzes azuis ou celestes), que em conjunto representam mais de 100 milhões de pessoas.

O Início da História Turca

Os turcos são uma comunidade reunida em torno de uma mesma língua da família uralo-altaica e aparecem pela primeira vez no século VII A.C. aos pés das montanhas Köğmen.

Segundo escritos chineses, a presença política turca na Ásia começa no século III A.C. com os Hunos. Sob o reino de Mete Khan, os turcos fundaram um grande império e vencendo os Mongóis e os Yuechi tomaram controle das portas ocidentais e dos caminhos comerciais da China.

Depois da desintegração do Império Huno da Ásia, fundou-se, em 552, aos pés orientais dos Montes Altai, o Império Göktürk. Foram eles quem aceitaram, pela primeira vez, a palavra “Turco” como nome do Estado oficial. Bilge Khan e Kül Tigin tiveram lugar na história como homens sábios e heróicos do Estado Turco. As atividades destes dois e de Tonyukuk, também um grande homem do Estado Göktürk, são relatados e imortalizados nos primeiros documentos escritos da história turca “Inscrições de Orkhun”.

Em 741, depois de Göktürk, fundou-se o Estado Uygur, um Estado Turco que se desintegrou rapidamente depois de um ataque dos turcos Kırgız do noroeste, à capital.

Os hunos do oeste, descendentes dos hunos da Ásia que viviam nas regiões do lago Aral e Turquestão, sob a pressão dos Avares, deixaram a pátria deles e se instalaram no oeste do Rio Volga. A começar pela época do líder Balamir, os hunos do oeste avançaram interior da Europa começando pelo norte. Foi assim que começaram as históricas invasões da “Migração das Tribos” que mudaram a estrutura étnica da Europa e avançaram até a Espanha, transtornando também as províncias nórdicas do Império Romano.

O primeiro estado turco criado na Europa foi o Império Huno Ocidental. Attila, que tomou o poder em 434, obrigou todas as tribos bárbaras da Europa, Bizâncio e Roma ocidental a aceitar o seu poder. Foi durante o seu reinado que o Império teve a sua época mais poderosa.

A segunda tribo turca na Europa pela sua presença e seu poder, foram os Avos que com a criação do Estado Göktürk, em 552, orientaram-se para o ocidente e se estabeleceram antes no Cáucaso e depois no Norte do Mar Negro. Em seguida, avançando sempre para o ocidente, criaram uma soberania na região que ia do que é atualmente a Grécia até a Alemanha. Junto aos turcos da Bulgária, em 626, cercaram Constantinopla e vieram até as muralhas de Bizâncio. Os primeiros turcos que cercaram Constantinopla foram os Avares.

Na Europa, depois da presença dos Avares, veio a presença dos Hazares. Entre os séculos VII e X criaram um poderoso Estado que ia do Rio Volga até Kiev. Foram muito tolerantes com os povos de diferentes religiões que viviam nas suas terras. Os Hazares, que falavam o turco, a língua mais falada da época, deram o nome do Mar Cáspio. Os Hazares pararam de existir politicamente em 968.

A existência dos turcos na Europa, depois dos Hazares, continuou com os Peçenek (Pechenegues) a partir do século X. Estes últimos, não agüentando mais a pressão dos Hazares e dos Oguz, atravessaram o Rio Volga e chegaram à Hungria. Tiraram os húngaros das suas terras e nelas estabeleceram-se em 880. No ano de 1091, perto do Rio Mariza, na batalha sangrenta contra as forças aliadas de Bizâncio e Couman, sofreram uma derrota esmagadora. Assim, a vida política dos Pechenegues chegou ao fim. Com a retirada deste povo da cena histórica, terminou a primeira fase da aventura de 700 anos dos turcos na Europa e os turcos desapareceram da Europa por um período de 200 anos.

O Início da História Turca no Período Islâmico

Depois da desintegração do Estado Uigur, no ano de 840, foi criado o Estado de Karakhanidas. Na época do Satuk Buğra Khan, o monarca dos Karakhanidas, o Islã foi aceito como religião oficial. As raízes do chamado desenvolvimento histórico da “Civilização e Cultura Turco-Islâmica” foram implantadas neste período.

No período da existência do Estado dos Karakhanidas, um segundo Estado foi fundado sob o nome de “Gaznavida” com a capital Gazne no Afeganistão (969-1187). Mahmud dos Gaznavidas adotou, pela primeira vez, o título de “Sultão”, organizou várias campanhas militares à Índia, islamizou-a e lançou os fundamentos do Paquistão de hoje. Os gaznavidas, depois do Sultão Mahmud, perderam a batalha de Dandanakon, em 1040, contra os seljúcidas, retiraram-se para a Índia e mais tarde foram subjugados pelos seljúcidas.

O grande Estado Seljúcida (1040-1157) foi fundado por Seljuk Bey, pertencente à tribo Kınık, da confederação Oghuz.

Os seljúcidas obtiveram soberania sobre os Karakhanidas e Ghaznevides e assim, conseguiram criar a união turca. Tuğrul Bey, o Sultão dos seljúcidas, numa campanha que organizou à Bagdá, capital do califado Abássida em 1055, botou fim ao Estado Xiita Buvayhi. Por isso, o califa atribuiu a ele o título de “Sultão do Mundo”. Alparslan, que o sucedeu em 1071, em Manzikert, obteve vitória definitiva sobre Diógenes, o Imperador Bizantino e abriu as portas da Anatólia aos turcos.

A mais gloriosa época do Estado seljúcida ocorreu no reino do Sultão Melikşah. As escolas superiores de teologia que serviram de base à arquitetura das universidades ocidentais, foram criadas também neste período.

Depois da morte do Melikşah, o Grande Estado Seljúcida foi dividido em vários pequenos estados tais como: os seljúcidas da Síria (1092-1117); os seljúcidas do Iraque e do Horasan (1092-1194); os seljúcidas de Kirman (1092- 1187) e os seljúcidas da Anatólia (1092-1308).

O mais importante destes pequenos estados foi o Estado dos Seljúcidas da Anatólia, fundado por Süleyman Bey, cuja capital é İznik.

Os seljúcidas da Anatólia tiveram o período mais glorioso da dinastia deles com o Sultão Alaeddin Keykubad I. Mas o assassinato do monarca, por meio de envenenamento, provocou no país desordem e tumulto. A revolta foi seguida pela invasão mongólica. Depois da batalha, de Kösedağ, em 1243, a Anatólia foi invadida pelos Mongóis.

 


 

Referências

      1. Istanbul and the Civilization of the Ottoman Empire, The literature of Seljuk Anatolia was almost entirely in Persian …” (Bernard Lewis)
      2. Institutionalisation of Science in the Medreses of pre-Ottoman and Ottoman Turkey”, Ekmeleddin Ihsanoglu, Turkish Studies in the History and Philosophy of Science, ed. Gürol Irzik, Güven Güzeldere, (Springer, 2005), 266;
      3. Rise of the Ottoman Empire, Royal Asiatic Society Books, Routledge (2013),  81.”This state too bore the name of Rûm, if not officially, then at least in everyday usage, and its princes appear in the Eastern chronicles under the name ‘Seljuks of Rûm’ (Paul Wittek)
      4. The Seljuks of Anatolia: Court and Society in the Medieval Middle East (Andrew Peacock and Sara Nur Yildiz, 2013)
      5. Wikipedia

 

 



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